
Empresas industriais que tratam a manutenção apenas como um centro de custos acabam abrindo mão de oportunidades valiosas de ganho financeiro. O Custo Total de Propriedade (TCO), quando bem monitorado, escancara o impacto direto que a estratégia de manutenção tem sobre o ciclo de vida dos ativos e, consequentemente, sobre a rentabilidade da operação.
O conceito de TCO vai além dos investimentos iniciais. Ele considera todas as despesas envolvidas na aquisição, operação, manutenção e descarte de um ativo. Uma estratégia de manutenção estruturada tem o potencial de reduzir significativamente essas despesas, desde que os dados operacionais estejam alinhados com a realidade da planta.
Prevenir falhas é menos custoso do que lidar com paradas não planejadas
O tempo de inatividade impacta diretamente a produção, o consumo de energia, o retrabalho e o índice de perdas. Em muitos casos, o valor perdido em uma única parada supera o custo de meses de manutenção preventiva. Estratégias preditivas, baseadas em dados, ajudam a identificar desvios antes que eles resultem em falhas críticas — o que permite planejar intervenções com menor impacto financeiro.
Além disso, ao se manter o desempenho do ativo dentro dos parâmetros ideais, evita-se o consumo excessivo de recursos e a queda de produtividade.
Manutenção corretiva recorrente distorce o TCO
Quando a manutenção é acionada somente após a falha, os custos com peças, horas extras, transporte emergencial e perda de produção se acumulam de forma silenciosa, mas agressiva. O TCO, nesse contexto, passa a refletir não apenas a vida útil do equipamento, mas o quanto sua má gestão financeira penaliza a operação.
Mapear os ativos que mais consomem recursos de manutenção corretiva e reavaliar a estratégia adotada para eles é um passo fundamental na gestão do TCO.
Integração entre engenharia e manutenção melhora o aproveitamento dos ativos
Projetos de engenharia que não consideram os requisitos de manutenção tendem a gerar ativos com baixa acessibilidade, alto índice de falhas e pouca flexibilidade operacional. Isso impacta diretamente no custo total da propriedade. O trabalho conjunto entre engenharia, operação e manutenção amplia a previsibilidade dos ativos e possibilita decisões mais alinhadas com a estratégia de médio e longo prazo.
Conclusão
A manutenção não é apenas uma necessidade operacional. Ela representa um vetor direto de redução de custos e aumento da vida útil dos ativos. Quando os indicadores de manutenção são integrados à análise do TCO, é possível tomar decisões mais sólidas, priorizar investimentos com maior retorno e sustentar a competitividade da planta.